quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Nossa noite…

Avião sem asa, fogueira sem brasa
Sou eu assim sem você
Futebol sem bola,
Piu-Piu sem Frajola
Sou eu assim sem você

Por que é que tem que ser assim
Se o meu desejo não tem fim
Eu te quero a todo instante
Nem mil alto-falantes
vão poder falar por mim

Amor sem beijinho
Buchecha sem Claudinho
Sou eu assim sem você
Circo sem palhaço,
Namoro sem amasso
Sou eu assim sem você

Tô louco pra te ver chegar
Tô louco pra te ter nas mãos
Deitar no teu abraço
Retomar o pedaço
Que falta no meu coração

Eu não existo longe de você
E a solidão é o meu pior castigo
Eu conto as horas
Pra poder te ver
Mas o relógio tá de mal comigo

Por quê? Por quê?

Neném sem chupeta
Romeu sem Julieta
Sou eu assim sem você
Carro sem estrada
Queijo sem goiabada
Sou eu assim sem você

Por que é que tem que ser assim
Se o meu desejo não tem fim
Eu te quero a todo instante
Nem mil alto-falantes
vão poder falar por mim

Eu não existo longe de você
E a solidão é o meu pior castigo
Eu conto as horas pra poder te ver
Mas o relógio tá de mal comigo

Por quê?

Sua alma perfumada...

Tem gente que tem cheiro de passarinho
quando canta.
De sol quando acorda.
De flor quando ri.

Ao lado delas, a gente se sente
no balanço de uma rede
que dança gostoso numa tarde grande,
sem relógio e sem agenda.

Ao lado delas, a gente se sente
comendo pipoca na praça.
Lambuzando o queixo de sorvete.
Melando os dedos com algodão doce
da cor mais doce que tem pra escolher.

O tempo é outro.

E a vida fica com a cara que ela tem de verdade,
mas que a gente desaprende de ver.

Tem gente que tem cheiro de colo de Deus.
De banho de mar quando a água
é quente e o céu é azul.
Ao lado delas, a gente sabe
que os anjos existem e
que alguns são invisíveis.
Ao lado delas, a gente
se sente chegando em casa
e trocando o salto pelo chinelo.
Sonhando a maior tolice do mundo com o
gozo de quem não liga pra isso.

Ao lado delas, pode ser abril, mas parece
manhã de Natal do tempo em que
a gente acordava e encontrava o presente
do Papai Noel.

Tem gente que tem cheiro das estrelas
que Deus acendeu no céu e daquelas
que conseguimos acender na Terra.
Ao lado delas, a gente não acha que
o amor é possível, a gente tem certeza.

Ao lado delas, a gente se sente
visitando um lugar feito de alegria.
Recebendo um buquê de carinhos.
Abraçando um filhote de urso panda.
Tocando com os olhos os olhos da paz.

Ao lado delas, saboreamos a delícia
do toque suave que sua presença sopra
no nosso coração.
Tem gente que tem cheiro de cafuné sem pressa.
Do brinquedo que a gente não largava.
Do acalanto que o silêncio canta.
De passeio no jardim.

Ao lado delas, a gente percebe que
a sensualidade é um perfume
que vem de dentro e
que a atração que realmente nos move
não passa só pelo corpo.
Corre em nossas veias.
Pulsa em outro lugar.

Ao lado delas, a gente lembra que no
instante em que rimos,

Deus está  conosco,
juntinho do nosso lado.
E a gente ri grande que nem menino safado!

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Cibele… Saudade…

 

Sentimento que chega e vai tomando conta,
que invade violentamente, me deixando tonta,
saudade de você, que vem e me desmonta...
Palavra forte, arrebatadora, sem explicação,
não pode ser definida nem na melhor canção,
é só sentimento que se sente, até a exaustão,
me angustia trazendo dor, amor... e aflição...
Impossível descrever o que se passa no peito,
aquela dor incomum, aquele maldito aperto,
que nem sempre é ruim ou cheio de lamento,
as vezes é doce, lembranças de outro tempo...
Tempo vivido, tempo deixado para trás.
tempo que sempre volta, que me dá paz,
tempo, indefinido tempo, queria um pouco mais,
mas ele se foi, e voltar nele já não satisfaz...
É preciso ir adiante, viver aquilo que nos restou,
chorar não trará de volta, o momento bom que passou.
Seguir em frente é a única maneira de viver o agora,
sem apagar as lembranças passadas, vividas outra hora...
Saudades se sente, mesmo do que passou a pouco,
ignorá-la não é o remédio, dela viver tampouco,
se tiver necessidade, grite até ficar rouco,
não tenha receio, não tema parecer um louco.
E depois retorne, volte a viver sem nenhum tormento,
tenha sempre a saudade ali, guardada no fundo do peito,
mas não permita que ela lhe trague mais sofrimento,
porque a vida é pra ser vivida, em casa segundo e a todo momento...
Saudade....

terça-feira, 6 de outubro de 2009

O amor e a razão

Pinta-se o amor sempre menino, porque, ainda que passe dos sete anos, como o de Jacó, nunca chega à idade de uso da razão. Usar da razão e amar, são duas coisas que não se ajuntam. A alma de um menino que vem a ser? Uma vontade com afetos, e um entendimento sem uso. Tal é o amor vulgar. Tudo conquista o amor quando conquista uma alma; porém o primeiro rendido é o entendimento. Ninguém teve a vontade febriciante, que não tivesse o entendimento frenético. O amor deixará de variar, se for firme, mas não deixará de tresvariar, se é amor. Nunca o fogo abrasou a vontade que o fumo não cegasse o entendimento. Nunca houve enfermidade no coração que não houvesse fraqueza no juízo. Por isso os mesmos pintores do amor lhe vendaram os olhos.

[Padre Antonio Vieira]