sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Que seja jactante

Que seja jactante
E disseminador
Que se possa gozar
Para além da juventude.

Não só nos jardins,
Mas nos salões, nas alcovas,
Nos escaninhos de onde moram
As virgens e as matriarcas.

Oh benção que permite
A humanidade mais profunda
Que vai da carne e da sinapse
Para além eterno,

Seja a navegação extásica
Nos grandes lábios das amantes,
Nos seios virginais da inocência
Para a polinização de cada flor.

Virilidade suntuosa que desliza
Sobre toda sorte de líquido e entra
Como vida latejante, faz prosperar
Ais e goza profundamente.

[Daniel Rocha]

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

O Sorriso e o Silêncio

Se quiser dizer algo...
Que fale como o vento fala às folhas,
Que fale como a brisa que ameniza o coração.
E então construa no silêncio,
E ainda assim ouça vozes angélicas a cantar.
Roube de ti a sensação de paz inexistente,
E troque-a pela paz almejada e tão distante.
Se quiser dizer algo...
Simplesmente não diga,
Pois que pode ser que já esteja presente,
No fruir das almas, no dirigir dos dias,
Nos desencantos e na magia dos destinos.
E então dê apenas um sorriso de satisfação,
Pois que seduzido pelo encanto,
Nada será tão atraente senão a paz.
Paz que não é imobilidade,
Mas movimento contínuo,
e harmônico.
De modo que nem lágrima, nem riso,
Mas a lividez do rosto que tem olhos de ver,
Dos ouvidos que sabem escutar segredos,
Da voz que fala mesmo no silêncio.
Pois que nem a letra, nem a sílaba,
Talvez nem mesmo a palavra,
Pois que transcende em encanto.
Pois que sorri apenas.
E no sorriso está a magia.
O limiar entre o “benvindo!”,
E o “adeus!”,
Para descobrir o prazer do “até breve”.
Pois que o prazer estará sempre no encontro,
No unir que vence as individualidades.
E, por isso, sejamos breves,
Impulsionados por nossa eternidade.
E perdido o tempo,
Não mais tempo algum,
Senão uma ilusão de minúsculo instante,
Onde vejo, com o coração, um sorriso.

[Gilberto Brandão Marcon]

Poema da Paz

O dia mais belo? Hoje.
A coisa mais fácil? Equivocar-se.
O obstáculo maior? O medo.
O erro maior? Abandonar-se.
A raiz de todos os males? O egoísmo.
A distração mais bela? O trabalho.
A pior derrota? O desalento.
Os melhores professores? As crianças.
A primeira necessidade? Comunicar-se.
O que mais faz feliz? Ser útil aos demais.
O mistério maior? A morte.
O pior defeito? O mau humor.
A pessoa mais perigosa? A mentirosa.
O sentimento pior? O rancor.
O presente mais belo? O perdão.
O mais imprescindível? O lar.
A estrada mais rápida? O caminho correto.
A sensação mais grata? A paz interior.
O resguardo mais eficaz? O sorriso.
O melhor remédio? O otimismo.
A maior satisfação? O dever cumprido.
A força mais potente do mundo? A fé.
As pessoas mais necessárias? Os pais.
A coisa mais bela de todas? o amor!

Dia de chuva

Eu e você
Somos dois apaixonados
Brincando de ser
Eternos namorados.

Em cada novo amanhecer
Eu quero estar com você
Te amando mais

Te amar é tudo, é bem mais
Ao te beijar sinto a paz.
É poesia num dia de chuva

Te amar é tudo que faz
Eu te querer bem mais
Alegria, ilumina
Meu dia

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Tarde de Verão

Acordei em um lugar
Onde não tinha que me preocupar com nada.
Onde o vento balançava as folhas,
Onde o lago refletia o céu.
E tudo que um dia eu coloquei no papel,
Se realizou.

Nesse lugar surreal
Não existia o bem e o mal,
O certo e o errado,
O amor e o pecado.

Tudo que existia era apenas a sensação de viver,
De sentir o sol com o seu poder
Aquecer o frio de cada manhã

Era impossível chorar,
Pois a essência do ambiente servia para consolar
Qualquer dor ou tristeza presente.

Foi uma pena que de repente
Uma nuvem encobriu o sol,
E de novo pude ver a realidade
De dores e frustrações
Que contritava os corações.

E não consegui mais voltar àquele lugar...
Pois como um sonho, tudo acabou.
E somente o que restou
Foi o devaneio de uma tarde de verão
Em um mundo completamente de ilusão,
Escondido em uma distante dimensão,
Bloqueada pelos medos e incompreensão,
De uma vida totalmente sem razão.


[Joe Silva]