No silêncio da minha mente     
sigo na solidão profunda onde       
me concentro na distância infinita       
Na minha infundada imparcialidade      
Que difere e inspira indiferença      
Que foi quebrada quando te vi       
E vi...      
Disfarçadamente te vi passar      
Meus olhos mais uma vez       
Nas sombras escondi      
Me calei e consagrei meu desejo      
Meu íntimo desejo...      
Seus cabelos negros, escuros      
Como a própria sombra que me ampara      
Admirei      
Teu caminhar desprendido      
Teu riso convidativo      
Que despertou um eu adormecido      
Um eu forjado no próprio fogo      
Antes amargurado      
Repleto de saudade que nunca teve      
saudade dilacerante      
O eu que se perde no preciso instante      
que te vê passar...      
Fecho o senho aperto os olhos      
Me concentro em pensamentos vagos      
E ainda assim você os rompe      
fixando-se como uma tatuagem sexy      
Da solidão constante      
Da velha e boa dor       
Fui privado      
E em todo momento te vejo      
ao meu lado.      
Este eu que tão pouco fora meu      
Passou a ser teu       
Teu...      
Um teu tão absoluto      
Que deixou de ser um simples teu      
E sentiu...e sentiu-se       
Amado.      
       
Ariel Oleander         
Rio de Janeiro 24/04/2009