segunda-feira, 6 de julho de 2009

Amado

No silêncio da minha mente
sigo na solidão profunda onde
me concentro na distância infinita
Na minha infundada imparcialidade
Que difere e inspira indiferença
Que foi quebrada quando te vi
E vi...
Disfarçadamente te vi passar
Meus olhos mais uma vez
Nas sombras escondi
Me calei e consagrei meu desejo
Meu íntimo desejo...
Seus cabelos negros, escuros
Como a própria sombra que me ampara
Admirei
Teu caminhar desprendido
Teu riso convidativo
Que despertou um eu adormecido
Um eu forjado no próprio fogo
Antes amargurado
Repleto de saudade que nunca teve
saudade dilacerante
O eu que se perde no preciso instante
que te vê passar...
Fecho o senho aperto os olhos
Me concentro em pensamentos vagos
E ainda assim você os rompe
fixando-se como uma tatuagem sexy
Da solidão constante
Da velha e boa dor
Fui privado
E em todo momento te vejo
ao meu lado.
Este eu que tão pouco fora meu
Passou a ser teu
Teu...
Um teu tão absoluto
Que deixou de ser um simples teu
E sentiu...e sentiu-se
Amado.

Ariel Oleander
Rio de Janeiro 24/04/2009

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