quinta-feira, 16 de junho de 2011

Poesias que se completam

"A liberdade de ser uma Dama no Morro"

Encoberta pela linda noite da Vila Boa de Goiás e sensível aos ébrios copos de cerveja,
a Dama sentiu-se e viu-se livre.

Subindo as pedras, com as saias na mão e numa ofegante excitação, em meio a casas
simples de madeira, e inebriada com a energia de Xangô, que emanava daquelas lindas
rochas, a Dama fez-se rainha...Rainha do Morro.

Cumprimentada pelo grande maestro dessa obra (Morro), Ninha, amigo fiel e protetor
deste antro da liberdade, a Dama enfeitiçava quem ousasse admirá-la.

Trajando um lindo vestido vermelho, com grandes rosas que se entrelaçavam nos cabelos cacheados e iluminados pela lua, a Dama tomou todos os homens do Morro, um a um,
e os envolveu com sua dança, charme, mistério e sensualidade...

Nem mesmo as mulheres escaparam das teias da sedução...

O Morro foi dominado por ela...a magia dos corpos revelou uma refração contagiante...
a liberdade de simplesmente ser, libertino ou libertina, de amar...

Relembrou tempos prósperos do Morro...em que as mulheres, as Damas, as Pombas Giras, as Maria Padilha que ali viviam, revelavam a beleza de serem mulheres da noite...que amavam
que odiavam,
que beijavam,
que fumavam,
que dançavam
e eram livres...
felizes, felizes por serem tão só MULHERES!!

A Rainha chegou e todas as outras vieram e (re)fizeram do Morro o grande cabaré...

o cabaré da liberdade de ser MULHER!!!"


[Luciana Ramos]
15.06.2011


-----> resposta:


Não sei o que é...
De repente, você está entre as forças que a deixam embevecida,
Diáfana e translúcida.
Vestido rodado, vento, batuque, pulseiras, brincos, cordões e uma dança ao
ritmo da liberdade.

Uma mulher que, em si, é a essência; que atende por nome sedução,
Pela qual tantas vezes constrói a paixão e induz o ciúme avassalador
Por sua “promiscuidade”.
Entretanto, prova-se o mais encantador dos amores, o mais envolvente
E intenso.

De repente, você está entre as forças do mar, com tantos segredos
E tantos mistérios nas suas gargalhadas.
Sempre está tão feminina.
O seu corpo dança o cio magnífico, requebra em sensualidade,
Em destreza encantadora.

Impossível não ter vontade dos lábios, do sabor da boca,
Da posse da cintura, do quadril e do apreciar constante
Do corpo que se insinua.
Muitas vezes, a cachoeira e as bênçãos da lua,
Fazem testemunhar o corpo arfante e declinado sobre o desejo.

Cada beijo louco e cada gemido, uma pequena morte, um ritual
De entrega, de magia, para além de uma incorporação cósmica e
Um gozar absurdo.
Um mergulho, um cigarro e um sono ao lado de uma dama.
Dama da noite, do prazer, do terreiro.

A cada gole da cerveja e da cachaça,
Mais do encanto dela eu bebia.
E mergulhei no amor da dama do cabaré.
De olhos tão dóceis e amor tão avassalador.
Não sei o que é...



[Daniel de Castro]
15/06/2011

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