segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

T.S Eliot; Quatro Quartetos, 1943

As palavras se movem, a música se move
Apenas no tempo; mas o que apenas vive
Pode apenas morrer. As palavras, após a fala, alcançam
O silêncio. Apenas pelo modelo, pela forma,
Podem as palavras ou a música alcançar
O repouso, como um vaso chinês que ainda se move
Perpetuamente em seu repouso.
Não o repouso do violino, enquanto a nota perdura,
Não apenas isto, mas a coexistência,
Ou seja, que o fim precede o princípio
E que o fim e o princípio sempre estiveram lá
Antes do princípio e depois do fim.
E tudo sempre é agora. As palavras distendem,
Sob a tensão, tropeçam, escorregam, perecem,
Apodrecem com a imprecisão, não querem manter-se no lugar,
Não querem quedar-se quietas. Vozes ríspidas,
Irritadas, zombeteiras, ou apenas tagarelas,
Sem cessar as criticam. A Palavra no deserto
É mais atacada pelas vozes da tentação,
A sombra soluçante da funérea dança,
O clamoroso lamento da quimera inconsolada

T.S Eliot; Quatro Quartetos,1943; Burnt Norton

As palavras se movem, a música se move
Apenas no tempo; mas o que apenas vive
Pode apenas morrer. As palavras, após a fala, alcançam
O silêncio. Apenas pelo modelo, pela forma,
Podem as palavras ou a música alcançar
O repouso, como um vaso chinês que ainda se move
Perpetuamente em seu repouso.
Não o repouso do violino, enquanto a nota perdura,
Não apenas isto, mas a coexistência,
Ou seja, que o fim precede o princípio
E que o fim e o princípio sempre estiveram lá
Antes do princípio e depois do fim.
E tudo sempre é agora. As palavras distendem,
Sob a tensão, tropeçam, escorregam, perecem,
Apodrecem com a imprecisão, não querem manter-se no lugar,
Não querem quedar-se quietas. Vozes ríspidas,
Irritadas, zombeteiras, ou apenas tagarelas,
Sem cessar as criticam. A Palavra no deserto
É mais atacada pelas vozes da tentação,
A sombra soluçante da funérea dança,
O clamoroso lamento da quimera inconsolada

[T.S Eliot; Quatro Quartetos,1943]

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