terça-feira, 8 de dezembro de 2009

O que eu vi, o que senti…

Minha alma tem o peso da escuridão,

o peso da luz,

o sofrimento do oprimido,

a valentia do opressor.

Tem a voz de mil cachoeiras,

minha alma  tudo vê,

tudo sofre,

tudo esconde.

Meus olhos  ja viram o sangue  escorrendo,

ja viram coisas que os olhos de uma criança jamais poderia ver.

Meus ouvidos ja ouviram gritos de medo,

ja ouviu um pedido de socorro

e meus braços pequeninos e frágeis

nao poderia responder ao socorro.

Entao agachava… me escondia e chorava.

Meu corpo já recebeu um toque 

que não era bem vindo.

Minhas mãos ja estapearam um rosto.

Fui magoada e acabei magoando,

tive perdas irreparáveis,

e tive muitas conquistas.

já chorei e fiz chorar,

já bati e também apanhei,

amei e fui amada.

Já fiz sangrar e tambem sangrei,

ja bebi muito a ponto de falar o que não devia

e sentar na calçada

e ali sentir minha dor sozinha.

Já fui pedida em casamento e recusei,

já acreditei em papai noel,

já acreditei que foi o coelhinho da páscoa que escondeu o

ovo de chocolate dentro da minha casa...

Corri de ônibus sem pagar,

vomitei no banco de um carro,

já desmaiei de susto,

já acordei chamando alguém,

já fiz alguém ser, em minhas noites,

o meu primeiro pensamento quando acordo

e depois… o último quando eu durmo.

Já me confessei e logo em seguida pequei.

já passei calor e muito frio também.

Já protegi e fui protegida.

Não acredito em anjos,

mas ás vezes os sinto e falo com eles.

Já tentei buscar o céu, assim como o perdi.

Muitas coisas já senti e vivi,

mas sei que nada aprendi.

 

[Alda Cruz]

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