Olheiras perplexas      
deliram perguntas      
que roem as unhas      
das horas que passam      
e estas insones      
qual arame farpado      
bordam respostas de pedra      
que convidam ao quebranto      
que doem sem clemência      
que ferem sem vergonha      
e morrem sem vontade      
enquanto a madrugada      
esvai-se gota a gota      
e o perfil da aurora      
entre um bocejo e outro      
pendura-se nos olhos      
da noite que agoniza      
ao passo que a alvorada      
cumprindo seu destino      
floresce pontualmente      
e inventa um novo dia.
[Bruno Kampel]
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