sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Poesia, dor, saudade, morte....


"Escrevo numa tarde cinzenta e fria
Trabalho pra espantar solidão e meus pensamentos
Hoje assumi em público a minha doença
Estou mais leve, mais livre
Mas ainda tenho muitos medos...
Medo de voar, de amar, de morrer, de ser feliz...
Medo de fazer análise e perder a inspiração...
Ganho dinheiro cantando as minhas desgraças...
Comprar uma fazenda e fazer filhos...
Talvez fosse uma maneira de ficar pra sempre na terra...
Porque discos, arranham e quebram..

(Carta Dani - Cazuza)

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"Os ignorantes são mais felizes...
Eles não sabem quando vão morrer
Eu não.... eu sei que eu tenho um encontro marcado...
As pessoas esquecem o que precisam fazer...
Eu não posso me dar a esse luxo!!!
Faço tudo caber nos meus próximos dias...
Todas as idéias que eu teria, as pessoas que eu conheceria
O que eu ainda fosse cantar...
Estou grávido... mas não posso esperar...
O tempo não pára e a gente ainda passa correndo
Eu fiquei aqui...
tentando agarrar o que eu puder...
Ando fraco...
tenho um mundo ao redor, que a gente nem percebe
Tá ficando magro e pequeno para as minhas roupas
Sinto que estou reunindo as minhas coisinhas... me concentrando
Se eu pudesse guardava tudo numa garrafa e bebia de uma vez...
Penso no que vai ficar de mim... "

(Ombra Mai Fu - Cazuza)

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"Cantando a gente inventa.
Inventa um romance, uma saudade, uma mentira...
Cantando a gente faz história.
Foi gritando que eu aprendi a cantar
sem nenhum pudor, sem pecado.
Canto pra espantar os demônios,
pra juntar os amigos.
Pra sentir o mundo,
pra seduzir a vida"

(Cazuza)