quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Vou lembrar de tudo o que eu fiz
De todas as lágrimas que eu chorei
Tudo que eu vivi, e venci.
De todos os momentos em que te quis
Os lugares em que eu errei
Os acertos que não fazem diferença
As palavras que se esconderam de mim
Os começos em que nada valia
E tudo que se perdeu em todo o fim
Vou lembrar das coisas em que me meti
Dos palavrões que disse
Das zoeiras que fiz entre amigos
Viagens doidas, saindo tarde e voltando cedo.
As noites que se colocaram no escuro, o medo.
As poesias em vão que ninguém leu
As águas em que eu mergulhei
As coisas que na minha frente e ainda se perdeu.
As coisas sem sentido que eu escrevi
Dos gritos, no meio da noite, querendo silêncio.
Dos namoros, das namoradas.
Dos momentos que se passa de um jeito
Das ligações não atendidas,
De tudo que não falei
“E do tudo que eu falei”
Lembrarei dos jogos de futebol
A galera reunida pra torcer
Os shows, que todos acham loucura.
Vou lembrar de tudo, de tudo.
Então vou fazer muito mais.
Para ter mais coisas para lembrar no futuro
Poder rir, ou chorar.
Pegar o telefone e ouvir as vozes
Falar oi, e ficar com medo de falar tchau.
Pois não sei se mais ligarei.
Se amanhã vocês vão estar aí
Ou se vão se juntar às minhas saudades
Que em tom de lembranças
Tudo fica mais leve, menos dolorido.
Vou ter muitos dias pela frente
E quando eu chegar ao fim, não direi que fui vencido.
Vivi, a vida não me destruiu.
Vivi a vida, e agora vivo de lembranças.
Mas não deixo a saudade me consumir.
E nem tudo virar ilusão…

 

[Renato Nadal]

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