terça-feira, 10 de maio de 2011

Hoje

Sei que a internet ajuda na evolução do ser humano, mas o que eu não sabia era que, se mal utilizada, só trazia dissabores.

Em janeiro fez 1 ano que graças a Deus me livrei daquilo, que era um vício ruim.

Hoje me sinto melhor, BEM melhor!

Trabalho, estudo e sou valorizada por todos os lados.

Isso faz um bem imenso ao ego e à saúde.

Hoje posso dizer que me sinto feliz e sei que não preciso de ninguém para isso.

Eu precisava era de mim mesma de volta, a pessoa que sempre fui.

Precisava apenas me afastar de tudo e me curar sozinha. E me curei!

Hoje tenho apoio de todos os lados.

O importante foi descobrir que eu sou POSSO, que eu consigo!

Dizer que a vida é um desafio, retrata somente parte de uma verdade.

Mas, pensemos um pouco nisso.
Quando a gente começa na vida, somos uma semente de gente que atravessa uma das trompas do útero de nossa mãe, empurrada aos trancos e barrancos. Em seguida, alcançando a cavidade uterina, estamos diante da necessidade de nos plantarmos, para poder germinar. O nosso primeiro momento se constitui num desafio, o de passar a existir.
Durante nove meses, ficamos envolvidos na construção de nosso corpo, passado este tempo, estamos nós diante de um convite a um duelo, e que duelo: o ato de nascer.
Leboyer, um obstetra francês, iluminado observador de partos e nascimentos, nos esclarece acerca desse momento da vida humana. Ele descreve as agruras porque passa um bebê em seu nascimento. Fala do espaço apertado dentro da barriga da mãe e das fortes reações musculares que o bebê produz para se adaptar e/ou se projetar para fora. Relata as fortes alterações fisiológico-emocionais que se desenrolam no bebê quando ele se vê a ponto de sair. Leboyer traduz também os pedidos existenciais marcados nas expressões faciais e sonoras da criança recém-nascida, quando ela desponta para o mundo (medo expressando "ponham-me num forte abraço", fúria querendo dizer "sejam mais suaves").
Crescemos. E dentre as múltiplas facetas desse crescimento há aquela que implica o desempenho de "papéis" nesse mundo. Analisando apenas um aspecto deste desempenho, podemos pensar no que representa para nós ser menino ou menina, mulher ou homem. As diferentes experiências com o nosso gênero, incita-nos a estabelecer um diálogo intenso entre nossas imperiosas forças instintivas e as insinuantes demandas psico-sociais. Menino chora ou não chora? Menina joga futebol? As garotas circulam pela noite com a mesma informalidade que os rapazes? Se quisermos ir mais adiante, podemos nos inspirar no compositor Gilberto Gil, através da sua canção Super-Homem, e desvendarmos caminhos ainda mais intrigantes dessa nossa aventura. Propondo-nos relativizar a rigidez dos papéis masculinos/femininos, ele revela : "Um dia eu tive a ilusão de que ser homem bastaria, que o mundo masculino tudo me daria, o que eu quisesse ter. Que nada, minha porção mulher que até então se resguardara, é a melhor porção que trago em mim agora,/ é o que me faz viver. (...)
Em algum momento da nossa vida adulta, precisamos fazer uma escolha profissional. Se o caminho for o vestibular, com a intenção de alcançar uma importante graduação profissional, haja orientação para não se perder nas múltiplas escolhas do mercado de ofertas das tantas e variadas profissões e faculdades particulares! Se a direção é a entrada no mercado de trabalho, haja esperança ativa para conseguir um emprego ou criar um, autonomamente. Se o importante é buscar um caminho profissional baseado na pura paixão pelo ofício, é necessário estar preparado para uma árdua caminhada com relação à instabilidade sócio-econômica.
E o apaixonar-se? - esse brinquedo sério dessa viagem pela vida que estamos todos fazendo -.

E o relacionar-se a dois, num namoro, no casamento...?

E a atualmente difícil decisão a ser tomada de que basta somente ficar com alguém?

Esses são acontecimentos que implicam em estarmos excitados ou amortecidos, em aprendermos a dar e a receber, em experimentarmos a fusão amorosa com o outro para em seguida buscar necessariamente nos discriminar, nos diferenciar.

Quando reconhecemos alguém como o ser amado, tudo é possível. Podemos desistir e saborear apenas o gosto dessa visão; podemos nos expor, arriscar "molhar-se" e aquecer-se num olhar apaixonado, num beijo de amor.

Mas, também é possível mergulhar, à flor da pele e sem medo de se esfolar, e permitir-se saborear o néctar de um "encontro de corpos", de um contra-corpos numa insustentável leveza de ser.
Mas estamos ainda no mundo às voltas com o desespero e a indiferença em relação aos sentimentos.

Vemo-nos existencialmente guerreiros e impotentes quando, mesmo já podendo fazer uso de altas tecnologias, não conseguimos entender tanta coisa.

A antiga sabedoria nos revela que os desafios significam oportunidades de se viver experiências transformadoras.

É pena que às vezes passamos por eles tão rápido, e de tal forma que continuamos a ser os mesmos de antes.

Ainda bem que algumas vezes atravessamos os desafios e aproveitamos essa experiência para nos fazer mais vivos.


E felizmente há vezes que saímos mais humanos, redivivos.


Eu saí!




[...]

Nenhum comentário:

Postar um comentário