segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Corpo adentro


Teu corpo é canoa
em que desço
vida abaixo
morte acima
procurando o naufrágio
me entregando à deriva.

Teu corpo é casulo
de infinitas sedas
onde fio
me afio e enfio
invasor recebido
com licores.

Teu corpo é pele
exata para o meu
pena de garça
brilho de romã
aurora boreal
do longo inverno.
[Marina Colassanti]