Há anos que me espero inutilmente. 
Se não chegar antes do próximo poema, 
sairei a procurar-me entre as rugas do passado, 
e se não me achar nos escombros de outros tempos, 
ou se me perder nas cinzas dos meus sonhos,  
então voltarei e continuarei esperando-me, 
sentado sobre as estrofes do tempo que 
não espera nem perdoa.
[Bruno Kampel]