domingo, 21 de setembro de 2008

Hoje sou o mundo e o nada

Hoje sou como o Mundo,
Num dia cinzento de Inverno
Um dia tão longo e triste: Dia de mágoa, eterno!
Sou nuvem que vagueia,
Pelos céus inalcansáveis: Perdido, só...
Voo ao sabor do vento;
Sou nuvem, nuvem sem uso: A água que tinha já se foi,
Sou nuvem, incapaz de fazer CHOVER,
Exprimida, incapacitada,
Nuvem sem utilidade;
Nuvem perdida e esquecida!
Hoje sou os campos inundados,
Que se afogam com o elixir da vida,
Que se desfazem com a água corrente,
Que se dEstroiem com o ventos!
Hoje sou o Sol que já não brilha,
Estrela sem brilho, sem energia!
Hoje sou o mar revoltado que todos temem,
Um mar sem alma e sem amor,
Mar esquecido, perdido.
Hoje sou tudo o que a alma entristece,
Sou mar sem sal,
Exprimida, incapacitada,
Céu sem estrelas!
Hoje sou tudo...?
Não, sou simplesmente alguém
Que voou, que foi tudo...
Hoje sou o mundo,
Um mundo que já não existe: Hoje não sou absolutamente nada....


[David Serrano Sobral ]