quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Ela, Dela, Nela

O dedo na chaga.
Disso careço.
Da que o ponha e aperte insistindo.
Da que diga silêncios falados.
Da que afague as carências
e declame veemências.
Dessa que sem olhar
receite o meu remédio.
Dela careço.
De estar nela, como sela.
Como dela estar em mim,
ser minha pele.
Dela preciso,
da dona dos meus gritos
e escrava dos meus ritos,
o do tocar aflito,
o de somar as gotas do tempo
que orvalham a esperança,
como o vento.
Enquanto espero,
apenas quero que seja vero.
Que nela,
que nessa,
faleça de amor - em seus ais - a minha espera.

[Bruno Kampel]